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Brasil Quarta-feira, 08 de Maio de 2024, 13:07 - A | A

Quarta-feira, 08 de Maio de 2024, 13h:07 - A | A

DESASTRE NATURAL

Após enchente, ciclone pode piorar tragédia no Rio Grande do Sul

g1

Com a chegada de uma frente fria, a situação pode ficar mais grave no Rio Grande do Sul. A partir desta quarta-feira (8) estão previstas chuvas com volumes acima de 100 milímetros para algumas cidades, queda de temperatura e ventos de até 100 km/h. 

O avanço desta nova frente fria é consequência de um ciclone extratropical formado próximo à costa da Argentina. Segundo a Climatempo, o sistema não vai passar pelo Rio Grande do Sul, mas favorece a intensidade dos ventos na região Sul do país – além de provocar o retorno da chuva ao estado.

A chuva deve começar no fim desta manhã e se estender por toda a tarde, seguindo com o tempo chuvoso até o domingo (12). Os volumes maiores são esperados a partir de quinta-feira.

Segundo os meteorologistas, a chuva e os ventos neste momento podem piorar o cenário pelos seguintes pontos:

O vento ajuda a escoar a água que está acumulada e neste momento corre no mesmo sentido da água -- o que ajuda a acelerar o processo. No entanto, a partir desta noite, com o reforço da chuva, o vento muda de direção e passa a soprar na direção contrária ao escoamento.

Hoje, como a frente vem da Argentina, ela vai impactar com mais força a parte sul do estado. Essa região é a de escoamento da Lagoa dos Patos, que ajuda a levar a água do Guaíba. Com a chuva, o nível de água pode ficar ainda mais alto.

Entre quinta-feira e domingo, a frente deve subir para a metade norte do Rio Grande do Sul. O ponto de atenção é que esses são os dias em que a chuva deve ficar mais intensa e ela atinge, justamente, a cabeceira dos rios do estado.

"O ponto preocupante é que a chuva vai atingir regiões já bem afetadas pelos alagamentos, mas vai fazer subir o nível da água nas cabeceiras. Essa água, depois, pela geografia do estado, vai descer e agravar o problema", Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.

O Rio Grande do Sul já contabiliza 95 mortos e mais de 130 desaparecidos por conta das chuvas. Há 207,8 mil pessoas fora de casa e estima-se que mais de 1,4 milhão de pessoas já foram afetadas.

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Cidades sob grande alerta

Por conta do grande volume de chuva previsto para os próximos dias, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu dois avisos meteorológicos: um de grande perigo e outro de perigo. As classificações variam por causa do volume de chuva.

Grande perigo

O alerta de "grande perigo" engloba o extremo sul do estado. Nas regiões sob esse aviso, o volume de chuva pode superar os 100 milímetros por dia, com ventos superiores a 100 km/h e queda de granizo.
Estão incluídas no alerta:

Aceguá
Arroio Grande
Bagé
Candiota
Canguçu
Capão do Leão
Cerrito
Chuí
Herval
Hulha Negra
Jaguarão
Morro Redondo
Pedras Altas
Pedro Osório
Pelotas
Pinheiro Machado
Piratini
Rio Grande
Santa Vitória do Palmar
São José do Rio Norte

Perigo

O alerta de "perigo" abrange a parte mais central do Rio Grande do Sul. Nesses locais, os volumes podem chegar a 100 milímetros de chuva, com ventos intensos, entre 60 km/h e 100 km/h.
As cidades incluídas no pelo alerta são:

Alegrete
Amaral Ferrador
Arambaré
Arroio do Padre
Barra do Quaraí
Caçapava do Sul
Cacequi
Cachoeira do Sul
Camaquã
Chuvisca
Cristal
Dilermando Aguiar
Dom Feliciano
Dom Pedrito
Encruzilhada do Sul
Formigueiro
Garruchos
Itacurubi
Itaqui
Jaguari
Lavras do Sul
Maçambará
Manoel Viana
Mata
Mostardas
Nova Esperança do Sul
Quaraí
Rosário do Sul
Santa Margarida do Sul
Santa Maria
Santana da Boa Vista
Sant'Ana do Livramento
Santiago
Santo Antonio das Missões
São Borja
São Francisco de Assis
São Gabriel
São José do Norte
São Lourenço do Sul
São Sepé
São Vicente do Sul
Tapes
Tavares
Turuçu
Unistalda
Uruguaiana
Vila Nova do Sul

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden), órgão ligado ao governo federal e que faz a comunicação de risco para a Defesa Civil, informou que com a condição de chuva e os ventos, a situação deve permanecer de inundação e saturação do solo, deixando as bacias da região com níveis elevados.

Com isso, estão mantidos os alertas de risco hidrológicos, especialmente para a metade sul do estado.

Quando termina o bloqueio atmosférico?

O bloqueio atmosférico vivido pelo país, que contribui para que as chuvas se concentrem no Sul, ainda deve durar ao menos mais uma semana.

O sistema é responsável por deixar o ar quente e seco na áreas do Centro-Sul do país, dificultando a formação de nuvens nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Além disso, ele impede que as frentes frias avancem para o interior do país.

Segundo Luengo, é difícil prever com antecedência quando os bloqueios serão quebrados, mas os modelos indicam que as condições meteorológicas devem mudar a partir da segunda quinzena do mês.

"Mas isso não quer dizer que a chuva para no Sul. Ela só deve diminuir em relação ao que estamos observando nos últimos dias", comenta o meteorologista.

 
 
 
 
 
 
 
 
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