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Economia Sexta-feira, 11 de Abril de 2025, 07:02 - A | A

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COMÉRCIO EXTERIOR

Especialista explica consequências do 'tarifaço' de Trump para Mato Grosso; confira

Especialista em comércio exterior, Vitor Galesso diz que eventual recessão global pode reduzir investimentos estrangeiros em Mato Grosso

Da Redação

A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China pode provocar uma recessão no país asiático e prejudicar as exportações de Mato Grosso. A avaliação é do economista Vitor Galesso, especialista em comércio internacional, que alerta também para a possibilidade de redução do investimento chinês em Mato Grosso em razão da possível recessão.

A batalha entre a terra do Tio Sam e o gigante asiático começou ainda em fevereiro, quando o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 20% das importações vindas da China. Já em abril, Trump aumentou a tarifa em 34 pontos percentuais, totalizando 54%. Após isso, Pequim impôs uma taxa de 34% sobre os produtos importados dos Estados Unidos.

Em resposta, Trump aumentou a tarifa para 104%. Posteriormente, a China elevou a tarifa contra os EUA para 84%. O último movimentou partiu de Trump, nessa quarta-feira (09.04), que suspendeu por 90 dias as taxas acima de 10% para todos os países, enquanto aumentou para 125% a tarifa para a China. No caso do Brasil, a taxa aplicada pelos Estados Unidos foi de 10%.

A avaliação de Galesso é que os Estados Unidos não são um grande mercado para Mato Grosso, mas a briga entre as duas maiores economias do mundo tende a gerar uma recessão global. “Isso para investimentos, para negócios, diminui comercialização, o prejuízo é geral”, comenta Galesso, em entrevista ao Estadão Mato Grosso.

Por outro lado, o especialista não acredita que a tarifa de 10% afetará o comércio entre Mato Grosso e Estados Unidos. Além disso, Vitor lembra que Mato Grosso tem bons negócios com a Europa e a Ásia e que a taxa de 10% deixa o país em condições melhores do que outras nações, que foram taxados em patamares mais elevados.

De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), o produto mais exportado por MT para os EUA é a carne, com 30 mil toneladas em 2024, seguida pelo ouro, com 2,2 mil quilos. Esses dois itens representam mais de 70% de tudo que é enviado para os norte-americanos e uma receita de quase 300 milhões de dólares.

“Para nós, a desvantagem é pequena, não vejo problema direto, mas sim indiretos. Estamos recebendo investimentos estrangeiros e um eventual prejuízo da economia da China pode nos causar um problema. Por outro lado, em razão do bloqueio de negociações EUA-China, pode aumentar o volume de negócios da China com o Brasil, aí MT leva grande vantagem”, explica.

Por fim, o especialista cita que as medidas tomadas por Trump são “quase que puramente emocional” e que não há um nível de racionalidade, pois os maiores prejudicados são os próprios americanos. A expectativa do economista é que, com o passar dos dias e meses, essas decisões sejam reanalisadas.

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