Os gastos com terceirizados sempre foram alvos de polêmica na Unimed Cuiabá, por serem frequentemente usados para discursos políticos no ambiente da cooperativa. Aqui, buscamos mais que isso. Buscamos uma análise fria dos dados.
Por justiça, então, cumpre lembrar que – entre as 39 Unimeds de grande porte – a média desses gastos gira em torno de 1,3% do faturamento.
Em 2022, foram gastos R$14,6 milhões – o que representou, na ocasião, menos de 1% do faturamento.
Os gastos subiram (demais)
Pela primeira vez na história, a Unimed figura entre as 10 de grande porte que mais gastam (proporcionalmente ao faturamento) com serviços terceirizados. Mais precisamente na 7ª posição, como pode ser conferido em ranking publicado pelo IBC.
Isso ocorreu porque, em 2024, sob total silêncio e cumplicidade do Conselho Fiscal, a Unimed Cuiabá gastou R$31,8 milhões com consultorias, auditorias, escritórios de advocacia e outros serviços terceirizados.
Para se ter ideia: hoje, um único escritório de advocacia (dentre tantos contratados) recebe mais honorários mensais do que recebia a soma de todos os outros escritórios contratados pela gestão anterior.
O gasto atual com serviços terceirizados representa quase 1,9% do faturamento da cooperativa.
O IBC está do seu lado, cooperado
Como cooperado, você tem muitos direitos que sequer conhece e, se qualquer direito seu estiver sendo violado, conte (em total sigilo e gratuitamente) com nossa Procuradoria de Defesa.
Qualidade do gasto
Nada ameaça mais a sobrevivência da Unimed Cuiabá hoje do que a perda de beneficiários. Já são quase 25 mil vidas perdidas em um momento de mercado em que as outras operadoras estão crescendo.
Para acompanhar o mercado, a Unimed Cuiabá deveria ter hoje 230 mil vidas (5 mil a mais que em março de 2023). No entanto, a cooperativa está perto de ter 200 mil beneficiários apenas, com uma perda média de mil vidas ao mês.
A Unimed está deixando de faturar mais de R$200 milhões ao ano, sem que nenhum de seus técnicos e prestadores consiga oferecer soluções efetivas.
Por que, então, gastar tanto com eles?
“Tentamos influência política”
Em AGE realizada em 18 de maio do ano passado, Bouret revelou ter tentado realizar “influência política” sobre a ANS. Sendo a ANS uma agência reguladora, um órgão técnico (e não político), é difícil imaginar uma forma legalista de se buscar “influência política”. Necessariamente, surge-nos a pergunta: quanto mais dinheiro pode estar sendo gasto para “influência política” em lugares que não deveriam ser politicamente influenciados?