O governador Mauro Mendes (União) criticou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) por descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal. Em conversa com jornalistas nessa terça-feira, 25 de junho, ele também não poupou críticas ao Congresso Nacional, por omissão.
Segundo Mauro, os parlamentares estão deixando a Suprema Corte interferir nas decisões que deveriam ser tomadas pelo Legislativo.
"Esse debate sobre legalização da maconha não deveria estar ocorrendo no STF, é lamentável. O STF é importante, é a Corte Máxima do Judiciário, é o 'Guardião da Constituição', mas não deveria e não deve fazer as leis deste país. Cadê o Congresso Nacional, cadê os senadores e deputados para fazer esse debate ? O Poder emana do povo e quem foi eleito para debater isso é o Congresso Nacional. Eles se omitem e não cumprem seu papel, daí vem o Supremo e coloca as regras e normas em todas as áreas. Não se pode subir o morro porque o Supremo decidiu que não pode. O aborto, o Supremo é quem vai decidir se pode ou não. É absurdo", desabafou o governador.
Na avaliação de Mauro, ao descriminalizar o porte de maconha, a Suprema Corte estaria "legalizando" a atuação das facções criminosas no tráfico de drogas, já que não existe um mercado para este tipo de produto.
"E se legalizar o consumo, que esse mercado sempre foi dominado pelas facções, então o STF está legalizando a comercialização para as facções, a venda de droga. Ou vai aparecer no mercado? E isso é muito ruim, é lamentável tudo isso", criticou.
Mendes afirmou ainda que, mesmo diante da liberação do porte de maconha, o Estado vai continuar reprimindo o tráfico de drogas. Ele também ressaltou os malefícios causados pelas drogas para a sociedade.
"É um exemplo ruim. Quem teve exemplo em casa ou de alguém próximo, sabe o dano que pode causar ao cidadão. É a droga, depois cocaína e depois pequenos delitos e assim começa a prática dos grandes crimes. Isso corrói e corrompe a estrutura do país. Eles estão descriminalizando o uso, mas o tráfico na lei é crime e vamos continuar reprimindo na forma da lei", concluiu.